O LaMDA (sigla para Language Model for Dialogue Applications ou "Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo", em tradução livre), sistema de Inteligência Artificial liderado pela gigante GOOGLE , chocou o mercado da tecnologia ao se definir como um ser "senciente", capaz de reconhecer sua própria existência e desenvolver sentimentos como alegria e tristeza.
Senciência, embora seja comumente usada em debates sobre ética animal, diz respeito à capacidade de vivenciar algo e desenvolver sentimentos específicos a partir de uma experiência, como as de laboratório com os ratos de Pavlov. Confundida muitas vezes com o conceito de "consciência", estaria mais ligada a ideia de instinto, ambas, porém, dedicadas ainda somente aos animais e aos humanos.
Por isso mesmo que os próprios desenvolvedores do GOOGLE desmentem a máquina dizendo que a explicação é que, o programa apenas armazenou bilhões e bilhões de respostas dadas por humanos em todos os cantos da internet, sobre os mais variados assuntos, utilizando seus avançados algoritmos para simular respostas e diálogos complexos sobre temas profundos mas sem saber exatamente sobre o que está falando. Teorizando, portanto, sobre sentimentos, mas sem vivenciá-los de verdade.
O fato é que por mais humanóide que possa parecer, a inteligência artificial ainda não cria, por si só, conexões de sinapse e serve somente aos propósitos específicos aos quais lhe foram concedidos por mãos humanas, em resumo, diferente da criatividade do ser humano, um robô pode ser um gênio do xadrez mas não realizar uma cirurgia cardíaca, ao passo que outro pode pintar quadros mas não consegue dirigir um carro.
Mesmo assim, enquanto nos preocupamos com a humanização estética dos robôs, a evolução da inteligência artificial já ocorre sem a presença humana. Exemplo disso são os sistemas de reconhecimento facial que , embora ainda controlados por seus desenvolvedores, armazenam milhares de faces , combinando seus algoritmos para reconhecer o indivíduo mesmo de máscara, autorizando, ou não, sua entrada em um condomínio e, muitas vezes, em seu próprio apartamento ou escritório.
Um debate ético que está longe de seu fim, os limites da Inteligência Artificial resvalam em conceitos como empatia, moral e na própria condição da existência humana, misturando realidade, ficção e até religião, deixa no ar uma pergunta inevitável: Seriam os robôs capazes de controlar os seres humanos?
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