METAVERSO. METAVISÃO OU MEGAFLOPADA?

O Metaverso, iniciativa encabeçada por Mark Zuckerberg para inaugurar a chamada Era da Imersão, mobilizou as principais marcas do mercado a investirem bilhões de dólares em uma visão de futuro a longo prazo. Obstáculos tecnológicos e financeiros e até o fim da pandemia, são alguns dos fatores que estão impedindo o projeto de decolar.

METAVERSO. METAVISÃO OU MEGAFLOPADA?

Desde o surgimento da internet que as empresas de tecnologia buscam uma forma de imersão em uma realidade virtual através dos óculos 3D e outros gadgets que simulam a vida real. Mesmo assim, as barreiras técnicas dos equipamentos ainda impedem que se tenha uma experiência realmente verossímel. O mais próximo disso que estamos vivenciando, é no cinema, onde a interação é muito mais passiva e fantasiosa.

Na indústria de games essa realidade já muda. Do lançamento do The Sims no início do ano 2000 até o tão aguardado Starfield, RPG de exploração espacial que chega as plataformas em 2023, a evolução é evidente, arrastando milhares de usuários a rotina diária da experiência imersiva. Nesse caso, a forma combina com o conteúdo. É importante salientar que não existe diferenças entre games em realidade virtual e o chamado Metaverso. São complementares. Enquanto o Metaverso é o conceito da experiência imersiva, ou seja, existem vários tipos de Metaverso, os games em 3D são apenas mais uma das opções de aplicação dentro do conceito.

Durante a pandemia de Covid em 2019, a rotina diária das pessoas foi alterada drásticamente e com isso, os hábitos de consumo. Essas mudanças agitaram o mercado como um terremoto de proporções bíblicas. Empresas que não souberam se adaptar a tempo ruíram, enquanto outras, descobriram oportunidades e emergiram. No meio dos escombros, uma enxurrada de idéias surgiu para superar os obstáculos, encabeçada principalmente por empresas consolidadas, ávidas por se estabelecerem no posto de paladinas da justiça e da vanguarda do chamado Novo Normal. Com o sucesso do Facebook e inspirado pela obrigatoriedade da quarentena, Mark Zuckerberg enxergou nas atividades home offfice, o futuro das interações sociais e, nesse momento, profissionais, criando um conceito de plataforma perfeito para que a as relações comerciais continuassem existindo com toda a segurança, o Metaverso. E com ele, todo um pacote completo de soluções que incluem Criptomoedas e Bancos Virtuais.

A novidade trouxe esperança ao mercado, atraindo marcas e bilhões de dólares na construção de um novo mundo onde quem fosse o precursor, certamente seria o vencedor. Foram feitos investimentos incalculáveis na evolução da estrutura necessária para que a experiência acontecesse como Internet 3.0, Velocidade 5G e Óculos VR. Mas...como em uma cidade fantasma do Velho Oeste americano, o ambiente do Metaverso atraiu empresas mas não consumidores, artistas realizando shows sem público e reuniões sem quórum.

O fato é que o Metaverso, por si só, é complicado.

Os equipamentos necessários são caros, principalmente no Brasil e as iniciativas propostas não são atrativas. Para o usuário comum que cria um avatar na ansiedade de interagir com famosos e consumir marcas descoladas, o ambiente parece mais com uma reunião de amigos do clubinho.

E os números de usuários em plataformas de jogos 3D indica que existe mercado para que o Metaverso seja um sucesso. A questão está em oferecer atrativos para que o usuário prefira estar no Metaverso do que jogando Fortnite com os amigos, por exemplo. Para isso, é necessário as empresas se dedicarem menos as suas estratégias comerciais e competição com a concorrência, e estudarem mais o comportamento do consumidor.

Abrir a mente, isolar o ego e entender que, assim como o fim da pandemia fortaleceu relações e criou novas oportunidades, a tecnologia evolui de acordo com a vontade humana. Não de seus gerentes de Marketing.


Por Easy em 15/12/2022

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